Há 61 anos, na madrugada de 01 de abril de 1964, o Brasil foi tomado por um golpe empresarial-militar que instaurou uma ditadura de 21 anos, marcada por repressão, censura, perseguições políticas, torturas e assassinatos de opositores do regime. Sob o pretexto de combater o “perigo comunista” e restaurar a ordem, as forças armadas, com amplo apoio de setores empresariais e da mídia, depuseram o então presidente João Goulart, dando início a um dos períodos mais sombrios da história do país.
O golpe não apenas silenciou opositores políticos, mas também desmontou direitos trabalhistas e aprofundou desigualdades sociais. Sindicatos foram sufocados, greves reprimidas com violência e lideranças populares perseguidas, mortas e muitas ainda continuam desaparecidas. O modelo econômico adotado pela ditadura privilegiou o grande capital, resultando em aumento da concentração de renda e endividamento externo.
Além da repressão política, o regime se notabilizou pelo uso sistemático da tortura como instrumento de Estado. Centros clandestinos de detenção, como o DOI-CODI e a Casa da Morte, tornaram-se símbolos do terror imposto pelo governo militar. Milhares de pessoas foram presas, torturadas ou exiladas. Muitas desapareceram e jamais tiveram seus corpos encontrados, deixando um rastro de dor e impunidade.
Apesar da repressão, a resistência nunca cessou. Movimentos estudantis, camponeses, sindicatos e grupos de luta armada enfrentaram o regime, mantendo viva a luta pela democracia. Nos anos 1980, a campanha das Diretas Já e a pressão popular foram fundamentais para a redemocratização do país, consolidada com a Constituição de 1988.
Hoje, 61 anos depois, lembrar o golpe de 1964 é um dever histórico. Em tempos de revisionismo e ataques à memória, é fundamental reafirmar o compromisso com a verdade e a justiça. A luta por reparação às vítimas da ditadura, pela abertura total dos arquivos do regime e pela punição dos responsáveis por crimes contra a humanidade segue como pauta urgente para a democracia brasileira.
Ditadura Nunca Mais!
Sem Anistia para os golpistas de ontem e de hoje!
Por Memória, Verdade e Justiça!